terça-feira, 31 de agosto de 2010

Encontro de Pais – Mês da Família

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Bruno Ferrero

Fazer o papel de pais é como caminhar na corda bamba: suspensos entre o céu e a terra, entre a vida cotidiana e os sonhos.

Se pudéssemos tocar a corda, perceberíamos uma vibração, porque sempre há uma tensão necessária: se a corda afrouxar, o equilibrista acaba caindo. E é um processo continuo porque o ponto do equilíbrio continua variando, e cada vez mais rápido.

A questão central reside justamente aqui: os pais devem se esforçar para definir o que é equilíbrio e recriá-lo continuamente para si mesmos, para os filhos e para a família.

AUTONOMIA E IDENTIDADE

Somente a partir de um bom equilíbrio educativo nasce uma pessoa equilibrada, pois a educação é um desafio enorme que tende a proporcionar aos filhos autonomia e identidade, dois termos que indicam uma forma de viver bem.

Na prática, os filhos devem aprender a viver "fora" ficando "dentro". Crescer é, então, uma mistura de componentes em equilíbrio que devem ser trabalhados com muita atenção: liberdade/ limites, confiança/ desconfiança, atividade/ tranqüilidade, permitir/proibir, etc.

Trata-se de entender quando, ao contrário, é importante que os filhos se virem sozinhos.

O COTIDIANO

Os primeiros elementos que contribuem aos equilíbrios são os ritmos de todos os dias. Quando os pais percebem que um filho perdeu o equilíbrio, sem dúvida se torna útil um atento exame de suas atividades cotidianas.

É fundamental quês os pais sempre se perguntem: Há equilíbrio entre os momentos de atividades e de tranqüilidade? Qual a comida está consumindo? Quanto dorme? Faz exercícios físicos? Como vive o trabalho da escola?

No ritmo do cotidiano deve haver a preocupação de incluir também o que nutre o espírito e, se o dia foi particularmente estressante, encontre-se exercícios de reequilíbrio para todos: uma conversa, uma brincadeira, um almoço fora, um abraço, assistir à TV e escutar música juntos, etc. Cada situação é diferente, cada instante é novo e o que era necessário pode não sê-lo mais.

A FLEXIBILIDADE

Também no campo da educação é importante a flexibilidade. Descobrir o que os filhos precisam, ajuda os pais a serem mais sensíveis para com eles, a evitar de não impor somente suas vontades, a aceitar os sinais de crescimento e resistir à tentação de serem dominados ou por demais protetores.

Tudo isso sem nunca sair da vida dos filhos, que sempre necessitam de amparo até não conseguirem ter sua autonomia amadurecida.

INFLUÊNCIAS NEGATIVAS

Um dos exercícios mais difíceis é trabalhar as influencias negativas da cultura sobre a família. Freqüente-mente os pais deverão tomar decisões em conflito com o que os filhos desejam e com o que os filhos e com o que seus colegas estão autorizados a fazer.

O ponto de discordância com os colegas pode proporcionar fortes desajustes: "Bárbara pode ficar na rua o quanto quiser". "Mas todos fazem isso, porque eu não?"

Os limites coerentes e razoáveis protegem os filhos dos aspectos negativos da cultura atual: dos centros comerciais às salas de jogo, desde os filmes até as festas particulares.

A oposição dos pais pode contrariá-los no momento, mas dá segurança saber que se preocupam com eles, embora enfrentem uma posição impopular baseado em valores claros.

Os pais, por outro lado, devem respeitar as necessidades e os direitos dos filhos de serem como todos os outros e, ao mesmo tempo, encoraja-los a cultivar sua própria personalidade e espiritualidade sadia, sem criar "frutos proibidos" ou adotar atitudes por demais rígidas.

O EXEMPLO

Como dizer a um filho que é "mal-criado", quando ele poderia retrucar dizendo: "Quem me educou foi você?" O que é indispensável e inalienável é que os pais sempre precisam dar bom exemplo. Se o filho menor solta um palavrão, antes de ficar furioso, é bom pensar: "Onde terá aprendido isso?".
E antes de gritar contra os filhos que brigam, também é bom pensar nas brigas entre os pais.

EM CASA

Nem na mesa podemos nos descuidar, nos relaxando demais ou esquecendo de ter um comportamento correto. As crianças custam a se lembrar das regras de bom comportamento.

Os pais, no terreno das boas maneiras, devem antes de tudo ensinar aos filhos a resistir à má educação que os circunda.

Grandes ou pequenos, estamos sempre expostos a sermos afetados pelos maus costumes e pelos contra-valores que observamos todos os dias: fumar, beber, usar drogas, berrar para nos fazer entender, blasfemar, dizer mentiras, trapacear, jogar papel no chão, interromper e não escutar os outros, esquecer da mãe no dia do seu aniversário, etc.

Para nos opormos a isso, não é suficiente ensinar algumas normas de bom comportamento: é necessário criar raízes. Os filhos aprendem o respeito sobre tudo quando vêem como os pais se tratam entre si, usando maneiras gentis, sendo atentos um pelo outro, admitindo ter errado, pedindo perdão, etc.

PRIVACIDADE

Cada membro da família tem direito ao respeito de suas coisas e de um pouco de privacidade. Embora a casa seja modesta e a família numerosa, cada família tem direito de ter algo próprio e que ninguém pode usar sem sua permissão.

É importante garantir um espaço reservado aos filhos e ensina-los a respeitar a privacidade dos outros.

Um ambiente famíliar feito de gentileza preparará os filhos a respeitarem os direitos e as necessidades dos outros na sociedade. Respeitar para ser respeitado é o lema.

PARA REFLETIR

1. Qual sua avaliação sobre o conteúdo apresentado?
2. Qual o maior desafio para ser pai e mãe hoje?
3. Como podemos construir uma família feliz?

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